quarta-feira, 30 de novembro de 2011

INTERLÚDIO

No interlúdio...
 
             
Um café... uns "amassos".
Escrevo um poema, pinto uma tela,
sinto à minha volta, os teus braços...
No interlúdio...
há um perfume que me embriaga
que me faz sorrir... sonhar...
e que a minha alma afaga...
No interlúdio
há uma chama sempre acesa,
uma taça de vinho sobre a mesa,
um desejo que perdura...
No interlúdio
entre nós existem laços
percorro com os dedos, teus traços
Oiço o som dos teus passos,
No interlúdio...
                    
          

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

NAS ONDAS DO TEU MAR

Estou dividida... entre a terra... e o mar
Mas fico aqui, nesta inércia, a sentir na face... o vento...
Quero deixar-me ir nas ondas do teu mar
Mas não posso avançar nesta corrente
...
E sobre o mar, gaivotas rasgam o céu...
O sol, cor de fogo, põe-se, na outra margem
e neste impasse... nesta indecisão...
não embarco... esquecida de mim, nesta viagem...

TEMPO



Gosto de ti... não nego...
da indiferença nasceu este turbilhão de emoções
que me consomem e desgastam por dentro
que (talvez) o tempo transformará em ilusões...
...
O tempo... este tempo que me mata
que passa devagar e que tarda
que passa por mim...  por ti
que chega, que se afasta...e  nos separa
...
Quero... não quero... não sei se quero...
não sei mais nada...
esta incerteza deixa-me exausta
nesta ilha deserta , enevoada...

UM SINAL TEU

Estupidamente... fico à espera de um sinal teu
Que eu quero e não quero receber
Contemplo os momentos já passados
fazem-me sorrir... fazem-me morrer...
...
Quero fugir de mim... de ti...
quero  fugir de tudo e de nada
vagueio sozinha esta noite
procuro, em vão, a tua estrada

ESCOLHAS



Quanto tempo já passou
desde a última vez…?
Quanto tempo…?
Não importa certamente
Porque a saudade dói
neste espaço vazio… frio…
Lá fora a chuva cai,
o dia está cinzento… escuro…
E entre nós está um muro...
que não podemos transpor…
Recordas-me… recordo-te…
nesta nossa outra vida
... porque temos outra vida…
 não sabemos se perdida…
Mas temos outra vida
além da que vivemos agora...
Se vamos ganhar ou perder
com as escolhas que fazemos
Nunca… nunca vamos saber...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

MAR REVOLTO

Espero por ti… e desespero
Neste dia cinzento… como eu…
Nada me traz a paz que quero
Nem este mar… nem este rio
Nem esta imensidão azul do céu…

Este silêncio que me esquece,
Esta luz, que este véu quer encobrir
Esconde a chuva que caí em mim,
Quando nas margens da minha margem
Num mar revolto quero partir

VAMOS VER O LUAR... VAMOS

Vamos ver o luar... vamos
Sejamos duas crianças inocentes
Vamos... vem comigo... dá-me a mão
Esqueçamos tudo só uns momentos
...
Como uma bola de sabão, a lua brilha
Tão longe, tão perto... vamos tocá-la
Está ali, tão solitária, como uma ilha
Em tons de céu... de mar, em tons de água

ABRAÇO


Põe o brilho no meu olhar
Agora, que  o sol, radioso, alegra o dia
Nas tuas carícias, deixa-me embalar
Na tua pele, a minha pele, quente... macia
 ...
Abraça-me como quem abraça o tempo
Preenche o vazio que há em mim
Liberta-me desta mágoa, dá-me alento
Faz-me sentir sensações sem fim
...
E nesse abraço eu adormeço
Vencida pelo cansaço de mais um dia
E no silêncio do teu silêncio
Apago o medo que me envolvia
                                                                      Cabo Espichel